sábado, 2 de julho de 2011

NARCOSE POR NITROGÊNIO

A narcose por nitrogênio não é fácil de identificar, já que uma das primeiras coisas que acontece é a perda da percepção de que algo está errado.

Dentre os sintomas da narcose pelo nitrogênio podemos citar um sentimento irreal de segurança, euforia em excesso, tontura, zumbido nos ouvidos, coordenação motora reduzida, sensação de dormência nos lábios, problemas para ler seus instrumentos de mergulho e sentir um gosto diferente no ar que você está respirando.

Um teste interessante que é feito com alunos no dia do mergulho profundo, no check-out para credenciamento de mergulhador avançado:

1-) Ainda no barco, antes de sair para o mergulho, o instrutor pega a prancheta de escrita subaquática, escreve uma conta (por exemplo 437+622) e entrega para o aluno resolver, marcando o tempo que o mesmo leva para achar a solução.

2-) O instrutor pega de volta a prancheta e o mergulho profundo é iniciado. Ao chegar no fundo, o instrutor apaga o resultado e entrega novamente a conta para o aluno resolver, marcando a duração. O tempo que o aluno leva para resolver a conta duplica ou triplica.

É claro que este tipo de coisa é possível fazer somente com turmas pequenas de alunos, mas é algo interessante.

Cada pessoa sente a narcose de uma maneira. Comigo já aconteceu de ouvir um zumbido no ouvido somado a um princípio de desorientação, e o que é mais comum de acontecer comigo: olho para os números do computador de mergulho e não entendo completamente o que significam.

Uma vez que o organismo de cada pessoa reage de um jeito próprio, não existe uma profundidade "certa" para alguém sentir narcose, mas normalmente, a partir dos 30 metros de profundidade, é bem provável que você já comece sentir seus efeitos.

Se você não dormiu bem ou consumiu bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de droga na noite anterior ao mergulho, existe probabilidade de você ter problemas (não só de narcose) a profundidade bem menores.

É muito importante que ao identificar os sintomas da narcose, você suba a uma profundidade mais segura, onde não sinta mais os efeitos dela.

Este artigo foi publicado pela primeira vez pelo autor em 1999 no antigo site MERGULHO BR, sendo revisado em 2011.

( Texto : Wilson Luiz Negrini de Carvalho )